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Melhor e terceiro pior. A diferença no ataque que ajuda a explicar mineiros no Brasileirão

21 de Agosto de 2018

Não são 'apenas' os sete pontos a diferença entre Atlético e Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Fechado o turno da competição, uma estatística chama a atenção e ajuda a explicar como os rivais vivem condições distintas – em quinto, o Galo está a sete pontos do líder São Paulo e mantém ambição justificada de brigar pelo título, enquanto a Raposa, em  oitavo, se vê em um limbo, já que enxerga o tricolor paulista de mais longe e tem em risco mesmo a possibilidade de se garantir no G-6.



O que chama a atenção é a impressionante diferença de desempenho dos ataques. O dos comandados por Thiago Larghi é o mais eficiente da competição, tendo balançado as redes dos adversários 36 vezes nas 19 partidas. Por outro lado, o time de Mano Menezes só conseguiu marcar 15 vezes no mesmo número de jogos, desempenho superior apenas ao de Ceará (com a partida contra o Vasco ainda por jogar) e Paraná. Desde a volta da pausa para a Copa do Mundo, foram somente dois em cinco jogos.



Irregularidade



Pelo lado alvinegro, é interessante notar como a oscilação natural verificada com a parada para o Mundial e a saída do então artilheiro (Róger Guedes) e de Otero foi assimilada, como mostraram os 3 a 0 sobre o Botafogo domingo, no Engenhão. Não só Ricardo Oliveira, de modo até esperado, assumiu o posto de "homem-gol" atleticano como o time tem contado com a colaboração de jogadores de perfil menos ofensivo, como Elias, Matheus Galdezani e o argentino Tomás Andrade. Em meio às mudanças no grupo de jogadores, 13 deles deixaram o seu e aparecem na artilharia.



Já na Toca da Raposa II, alguns torcedores chegaram a apelidar o fenômeno de "Manobol", como se a propensão por placares magros fosse uma marca do treinador gaúcho. Os números da campanha passada, no entanto, mostram que está longe de ser o caso: em 2017 o Cruzeiro, sob a mesma direção e já contando com De Arrascaeta, Robinho e Thiago Neves, terminou em quinto lugar com 47 gols. Além disso, o mesmo Cruzeiro foi capaz de marcar 11 vezes em apenas dois jogos pela Libertadores (os 7 a 0 sobre a Universidad de Chile, no Mineirão, e os 4 a 0 sobre o Vasco, em São Januário). Aliás, o que mais preocupa a China Azul é o fato de a equipe não conseguir, na disputa pelos pontos corridos, mostrar o mesmo poderio dos mata-matas.



'Maldição'



É bem verdade que parte da ineficiência em vencer as defesas adversárias pode ser creditada à "maldição do camisa 9" que tem caracterizado a temporada. Fred (que vinha aparecendo mais ao atrair a marcação, fazer o pivô e abrir espaços para os companheiros), sequer teve a chance de atuar no Brasileirão, já que rompeu o ligamento do joelho direito ainda no Mineiro. Sassá, que seria seu substituto natural, também se contundiu e precisou ser operado, com previsão de volta em meados de outubro. E o argentino Barcos, que chegou como opção válida para manter a força do setor, até começou de forma promissora, mas estacionou no gol marcado diante do Atlético-PR, há um mês. Na Raposa, apenas nove jogadores marcaram pelo Brasileiro.



Para igualar o desempenho ofensivo este ano, será necessário marcar 32 vezes nas 19 partidas restantes, número que a campanha do maior rival mostra ser perfeitamente possível.



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