O uso do spray nas partidas de futebol sob chancela da Fifa estão em risco. Pelo menos por enquanto, a entidade maior do esporte está proibida de utilizar a tecnologia em suas competições pelos quatro cantos do planeta.

Em decisão na Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, assinada nesta quarta-feira (1), pelo Desembargador Francisco de Assis Pessanha Filho, o recurso apresentado pela Fifa foi rejeitado e, com isso, a SPUNI COMÉRCIO DE PRODUTOS ESPORTIVOS E MARKETING LTDA, dona da patente, segue como a única com autorização para produzir e comercializar o spray.

Dono da marca, o mineiro Heine Allemagne conversou com a reportagem do Hoje em Dia em junho e acusou a Fifa de agir de má fé e de fomentar o mercado ilegal há algum tempo. Na Copa da Rússia, inclusive, a utilização já estava vetada.

"O uso do spray está proibido pela justiça. Entrei com um processo judicial devido às grandes mentiras e traições da Fifa. Venci na primeira e segunda instâncias e o efeito suspensivo foi negado", contou Heine.

"A Fifa fingia que não estava sendo notificada e foram necessárias três citações para que ela aceitasse. Ela fez um pedido absurdo ao juiz, querendo comprar com outros fornecedores", acrescentou.

Ainda de acordo com Allemagne, a cada partida com o uso de sua invenção, a entidade maior do futebol assume dívida de, no mínimo, R$ 50 mil reais. Para se ter ideia, só na Copa do Mundo, este valor chegou a R$ 3,2 milhões, já que o spray esteve presente em todos os duelos.

Pedindo US$ 35 milhões (aproximadamente R$ 110 milhões) para liberar o uso pelo mundo, o inventor afirma que, antes do Mundial de Seleções, a Fifa se comprometeu a pagar valor superior (US$ 40 milhões), mas não cumpriu, ignorando sua exigência.

"Um patrocínio da Copa vale 120 milhões de dólares. Estamos falando de todos os campeonatos pelo mundo. O spray é utilizado nos quatro cantos e traz consigo ativos na lata. Me dediquei por mais de 15 anos, cumpri todos os protocolos e estou sendo traído pela Fifa", desafabou.

"Por enquanto, estou disposto a conversar e resolver as coisas com o valor pedido anteriormente. Contudo, se isso se arrastar na justiça, não abrirei mão de receber o que o juiz estipular; pode chegar aos 100 milhões", finalizou.