27 de Julho de 2018
Em decorrência das denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal em Paranavaí (PR) no âmbito da Operação Celeno, a Justiça Federal já condenou 50 acusados a um total de 553 anos de reclusão, entre eles líderes de quatro grandes organizações criminosas envolvidas no maior esquema de importação de anabolizantes e eletrônicos por meio aéreo já realizado no Brasil.
As informações foram divulgadas pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal no Paraná.
No âmbito da Operação Celeno também já foi decretado o perdimento de 12 aeronaves, 63 automóveis e 26 imóveis, além de quantias em dinheiro, joias, eletrônicos e de cavalos de raça, estipulando como valor mínimo para reparação de danos à União o total de R$ 116,35 milhões.
A última sentença sobre o caso foi dada no dia 3 nos autos da ação penal nº 5001736-73.2016.404.7011, e ainda há outras pendentes de julgamento.
Na série de denúncias apresentadas, a Procuradoria pediu a condenação dos réus, solidariamente, à reparação mínima dos danos, indicando a quantia de R$ 57,79 milhões.
Entre os denunciados estão agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo, informou a Procuradoria.
"Os grupos agiam no Paraguai e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Durante as investigações foi constatado que as organizações, quase que diariamente, conduziam aeronaves de Salto Del Guairá, no Paraguai, até pistas clandestinas no interior de São Paulo."
As mercadorias eram encaminhadas para entrepostos de armazenamento, de onde eram transportadas por caminhões até os destinatários finais.
Os processos que tramitam na Justiça Federal revelam 585 voos clandestinos, e também a prática dos crimes de organização criminosa internacional e de favorecimento real.
Em 26 de outubro de 2015 o caso ganhou repercussão nacional quando uma das aeronaves foi forçada a pousar no Aeroporto Edu Chaves, em Paranavaí, depois de ser alvejada pela Força Aérea Brasileira (FAB), quando retornava ao Paraguai.
Cada aeronave levava cerca de 600 quilos em mercadorias, num valor estimado de US$ 500 mil por frete.
Os responsáveis pelos fretes aéreos eram contratados por agenciadores baseados em Foz do Iguaçu, no Paraná, e em cidades do Paraguai.
Parte da comercialização dessas mercadorias acontecia em empresas dos próprios líderes das organizações criminosas, estabelecidas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e também na capital paulista.