22 de Maio de 2018
“Estou adorando essa nova onda porque eu estranhava o mundo”. A onda mencionada por Maria Padilha é a do feminismo, que ela já surfa desde os anos 80, quando estreou, aos 19 anos, em "Água Viva". Na novela de Gilberto Braga e Manoel Carlos, ela viveu Beth, uma jovem impetuosa que fez um inédito topless (insinuado) no horário nobre. Na época, a atriz diz ter sofrido bullying nas ruas pela ousadia. Aos 58 anos e longe das novelas desde "A Regra do Jogo" (2014), a atriz se acostumou a lidar com os questionamentos por suas atitudes. Foi assim também quando resolveu se tornar mãe de Manoel, o filho de 6 anos, ao adotá-lo em uma fase mais madura da vida e também quando assumiu o namoro com o companheiro Brenno Souza, 25 anos mais novo.
“A mulher é sempre colocada assim: ‘Fulana está com um garotão...’ É depreciar não só a mulher como o namorado também. Está tudo num pacote de preconceito. As pessoas ficam querendo casais como se fosse uma novela, mas a vida não é assim. Nem sempre a gente se encanta pela pessoa que vai ficar bem na foto. E a vida nem sempre é fotogênica”, diz ela, que no momento se prepara para voltar aos palcos, com uma peça ainda sem título definido. Achava estranho porque a diferença é muito grande. Achava que não fosse durar e já vai fazer quatro anos. A vida é muito surpreendente”, pontua.
A atriz, que vive com Brenno e o filho na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio de Janeiro, diz que não pensa em oficializar a união, embora já tenha sido casada. “Sou de uma família em que minha avó foi a primeira mulher diretora de escola do Brasil”. “Minha família já era feminista na prática, sem segurar bandeira. Meu pai era zero machista. Estou totalmente dentro dessa onda do feminismo”, afirma.