26 de Agosto de 2015
Em depoimento prestado à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras nesta terça-feira (25), o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu recursos desviados de Furnas quando ainda era deputado federal.
Youssef disse que o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010 e condenado no processo do mensalão, contou que operava um esquema de corrupção dentro de Furnas e que Aécio seria um dos beneficiários.
— Eu confirmo [a participação] por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre.
A declaração já havia sido feita em depoimento ao Ministério Público durante as investigações da Lava Jato. De acordo com Youssef, Aécio recebia o dinheiro "através de sua irmã".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento da investigação envolvendo Aécio. A Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB não foram suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.
Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa participam de uma acareação na CPI da Petrobras. Os dois confirmaram o pagamento de propina de R$ 10 milhões para evitar uma CPI no Congresso.
Outro lado
Em resposta, o PSDB divulgou uma nota e afirmou que o as informações reveladas durante a CPI em referência ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) “são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las”.
— Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos.
A nota ainda menciona que as declarações de Youssef podem atender a algum “interesse político”.