06 de Junho de 2015
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou, nesta sexta-feira (5), que a rede pública de saúde enfrenta uma endemia de bactérias resistentes a diversos tipos de antibióticos. Desde o dia 28 de maio, foram registrados 28 casos de pacientes que contraíram algum tipo de bactérias, mas nem todos desenvolveram infecções. Quatro pessoas morreram com as chamadas superbactérias, 22 pacientes permanecem em tratamento em áreas isoladas dos hospitais e dois pacientes receberam alta.
Até esta sexta-feira, os casos foram registrados em três hospitais da Capital Federal: Hospital Regional de Taguatinga, Hospital Regional do Guará, Hospital Regional de Santa Maria e o último caso confirmado na Unidade de Pronto Atendimento de Sobradinho. Na UPA, ums paciente teve o teste de KPC positivo e foi transferida para o Hospital Regional de Sobradinho. Nos outros casos, os pacientes foram contaminados por Enterococo, KPC ou Acinetobacter, bactérias de difícil tratamento.
Na tarde de ontem uma equipe da Secretaria de Saúde se reuniu com representante da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para discutir um plano de ação para o enfrentamento desta contaminações. O subsecretário de Atenção à Saúde, Tadeu Palmieri, diz que o plano deve estar pronto nos próximos dias e acrescentou que algumas medidas já foram pensadas.
— Dentre as ações previstas estão monitorar os casos, fazer a vigilância constante nos hospitais, capacitação e conscientização constante dos profissionais e não deixar faltar insumos na rede.
A vice-presidente da Associação de Infectologia de Brasília, Eliana Lima Bicudo dos Santos, faz parte da equipe escalada para a construção do projeto de enfrentamento. Ela explica que os casos de bactéria multirresistentes são cada vez mais comuns e afirma que o estado de superlotação dos hospitais é um dos motivos para a endemia.