15 de Abril de 2015
O Ministério Público (MP) liberou, nesta quarta-feira (15), a soltura de Aedes Aegypti geneticamente modificados como forma de combate ao mosquito da dengue em Piracicaba (SP). A cidade será a primeira do estado de São Paulo a adotar a medida, mas a Prefeitura e a empresa criadora dos chamados "Aedes do bem" terão de seguir regras. Uma delas é que não poderá ser proibido uso de inseticidas e das nebulizações que matarão o inseto transgênico.
Em março, a promotora Maria Christina Marton Correia de Freitas pediu que a administração suspendesse os planos para liberação dos mosquitos modificados, prevista inicialmente para 20 de abril. A intervenção do MP ocorreu após uma representação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), que solicitava garantias de que os "Aedes transgênicos" não representariam riscos à saúde pública e à natureza.
As exigências feitas pelo MP estão em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que foi assinado nesta manhã pela Prefeitura, a empresa Oxitec do Brasil e a Promotoria de Justiça. Com isso, até 2 milhões de mosquitos transgênicos devem começar a ser soltos no bairro com maior incidência de dengue em Piracicaba, o Cecap, na última semana deste mês.
Sobre o uso de inseticidas e até das nebulizações que matarão os "Aedes do bem" no bairro, a promotora afirmou que essa foi uma preocupação levantada durante a análise do projeto. "As pessoas devem continuar usando os métodos convencionais. Às vezes, por desconhecimento, alguém poderia deixar de se proteger para não prejudicar o combate à dengue, matando os mosquitos modificados", afirmou.
Como funciona
Segundo a empresa, os mosquitos transgênicos são machos, que não picam e não transmitem a dengue. O papel deles, porém, é promover a redução do número de mosquitos transmissores, já que as crias dos "transgênicos" com as fêmeas selvagens não chegarão à fase adulta.