13 de Dezembro de 2014
Mais da metade dos casos de cegueira em crianças no mundo poderia ser curado ou revertido. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há aproximadamente 1,4 milhão de crianças que sofrem com a condição, o que poderia ser revertido e cortado pela metade se os cuidados com a saúde ocular começassem logo na maternidade.
De acordo com o presidente da ABCCR (Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa), Carlos Gabriel de Figueiredo, vários exames no bebê realizados na maternidade ― como o Teste do Olhinho ― são capazes de diagnosticar doenças que exigem tratamento imediato, como o retinoblastoma — tumor na retina — e a catarata congênita, tratáveis com cirurgia.
O exame [Teste do Olhinho] é feito com o oftalmoscópio, aparelho que emite um feixe de luz de baixa intensidade nas pupilas dos recém-nascidos. Caso algum dos olhos não apresente reflexo ou apresente em tons que não sejam avermelhados, como o visto em fotos, é sinal de anormalidade.
Uso incorreto das lentes de contato pode provocar cegueira
A recomendação é a de que, se nada for detectado, o bebê vá ao oftalmologista aos três e seis meses para verificar sinais de má formação ocular ou estrabismo. Segundo o especialista, a partir desse momento, as consultas devem ser anuais.
De acordo com o diretor da ABCCR, Daniel Montenegro o desenvolvimento da função visual ocorre de forma gradativa, até os 12 anos de idade. Nesse meio tempo, qualquer condição que implique na perda parcial ou total da capacidade de enxergar pode causar ambliopia, quadro caracterizado pelo déficit nos processos de formação da imagem na retina e na sua transmissão para o cérebro.
― Mesmo que não evolua para cegueira, se a ambliopia não for detectada e tratada a tempo, o indivíduo desenvolverá problemas visuais permanentes. O tratamento de qualquer questão relacionada à saúde ocular deve ser iniciada o mais cedo possível. Para tanto, é fundamental que familiares e educadores estejam atentos a sinais como o franzir da testa para visualizar objetos, lacrimejamento, coceira, dor de cabeça e dificuldade em fazer as tarefas propostas na escola.