28 de Novembro de 2014
RIO - Policiais federais do Rio cumpriram na manhã desta quinta-feira mandados de busca e apreensão na casa, em Niterói, da analista do Banco Central Lígia Maria Victer Frazão, de 66 anos, acusada de desviar notas de reais que deveriam ser destruídas pelo BC. Lígia, que trabalhava há 20 anos no Departamento de Meio Circulante, no Rio, com salário mensal de R$ 20 mil, foi indiciada no inquérito aberto pela PF e poderá ser condenada à pena máxima de 12 anos de prisão. Ela foi demitida.
As investigações começaram em outubro do ano passado, no próprio Banco Central, depois de uma conferência que identificou uma discrepância no número de notas enviadas para serem destruídas e as que efetivamente acabaram incineradas. No início, foi constatado o desaparecimento de seis notas. A partir daí, o BC encontrou indícios de que o número era muito maior. A PF foi acionada no início deste ano, instaurou inquérito e passou a investigar o caso.
Segundo policiais federais, as investigações identificaram a participação de outro funcionário no desvio de recursos: Anderson Pereira da Silva, auxiliar de tesouraria do Banco Central. Ele também foi indiciado.
O montante de dinheiro desviado pelos dois é desconhecido. Os policiais federais acreditam que, apenas em uma semana, Lígia possa ter furtado mais de R$ 20 mil.
Tanto Lígia quanto Anderson foram filmadas em plena ação por câmeras de segurança instaladas pelo Banco Central. O GLOBO tentou, sem sucesso, contato com Lígia e com Anderson.