07 de Outubro de 2014
Após quase uma semana de paralisação, os bancários em parte do País decidiram encerrar a greve nesta segunda (6) e já retornam ao trabalho nesta terça-feira (7). No período, 10.355 agências e centros administrativos foram fechados. Um dos primeiros a decidir pelo retorno foram os bancários de São Paulo. Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, a greve mobilizou os trabalhadores e fez com que os bancos mudassem sua posição inicial.
Em São Paulo, Porto Alegre e Paraná, a categoria aceitou a última proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que previa um índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (um aumento real de 2,02%) nos salários e nas outras verbas salariais. Nos pisos, o aumento será de 9% e no vale-refeição, 12,2%.
A maioria das assembleias também aprovou as propostas específicas apresentadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, informou o Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
Em Porto Alegre, Curitiba, Paraíba e Roraima, as propostas do Banco do Brasil foram rejeitadas. Já as propostas da Caixa foram rejeitadas em Florianópolis, Bahia, Piauí, Amapá e Roraima. A greve também continua no BNB e no Banco da Amazônia. As assembleias dos estados onde os dois bancos atuam rejeitaram a proposta. Desta forma, haverá novas assembleias na terça-feira (7).
Segundo o presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Carlos Cordeiro, a paralisação foi decisiva para se chegar à proposta apresentada pela Fenaban.
— Consideramos as propostas positivas, conquistadas com muita mobilização. No Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, os 9% de reajuste no piso vão impactar nas curvas dos planos de cargos e salários.
Aprovado o fim da greve, a categoria vai compensar os dias parados. Quem tem jornada de seis horas, vai trabalhar uma hora por dia entre os dias 15 de outubro e 31 de outubro. Quem trabalha oito horas, deve compensar entre 15 de outubro e 7 de novembro.
Proposta
Ainda segundo a Contraf, os bancos também irão incluir o compromisso no acordo coletivo da categoria de que "o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho", em relação à pressão de metas por resultados. A cobrança aos trabalhadores não poderá ser feita mais por nenhum meio digital, como por SMS.
Relembre
Os bancários negociam um novo acordo trabalhista todo ano a partir do dia 1º de setembro (a data-base do acordo coletivo). A greve do ano passado, em outubro, durou 23 dias e chegou ao fim após a Fenaban oferecer reajuste de 8% nos salários com aumento real de 1,82%.
A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) apelou na época pelo fim da greve, temendo a perda de lucro no comércio.