06 de Agosto de 2014
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista à Reuters nesta terça-feira (5) que em todos os anos houve correção nos preços da gasolina e que o comportamento do governo é continuar com reajustes normais, mas negou que haverá "tarifaço" após as eleições de outubro.
— Todos os anos tem correção do preço da gasolina, uns mais outros menos, todos os anos tem correção. Não teve nenhum ano que não teve aumento da gasolina, essa é a regra.
O ministro, que também é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, acrescentou que "quando ocorrerá o aumento, essa é decisão que mexe com o mercado, com ações, não se comenta. É questão das empresas responsáveis".
Mantega deu a declaração ao ser questionado se, com o arrefecimento da inflação mais para o fim deste semestre, haveria espaço para ajustes nos preços administrados.
— Nosso comportamento é continuar com reajustes normais, sem tarifaço.
A diretoria da Petrobras, inclusive a própria presidente da estatal, Maria das Graças Foster, tem pleiteado ao governo reajuste dos preços dos combustíveis para reduzir a defasagem dos valores praticados no Brasil com os vistos no exterior, algo que afeta as finanças da companhia.
A gasolina tem um peso importante no IPCA, índice que baliza a meta de inflação do governo que é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos para mais ou para menos.
Com o IPCA em 12 meses acima do teto da meta atualmente, o governo tem menos espaço para elevar preços administrados como os dos combustíveis. Em junho, o indicador acumulava alta de 6,52% em 12 meses e, segundo pesquisa Reuters, deve ter subido a 6,6% em julho.
A última vez em que houve reajuste nos preços da gasolina foi em novembro do ano passado, quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4% da gasolina e de 8% no diesel nas refinarias. Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3%.