30 de Julho de 2014
A falta de chuvas não prejudica somente o abastecimento de água em São Paulo, mas também o de energia. As distribuidoras de energia elétrica precisam recorrer às termelétricas, que oferece o produto mais caro. Isso rebate diretamente no consumidor, que nos próximos anos terá que pagar mais na conta de luz.
O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que a falta de chuvas neste ano é "mérito" da região sudeste e o percentual que será aumentado já em 2015 é de 2,6%, número considerado pequeno por ele.
"Terá um determinado impacto na conta de luz no ano que vem. O que é que significa isso? O ano que vem, também, tem fatores redutores da conta de luz, que é a volta de concessões de energia (...) e isso então vai provocar um impacto bastante pequeno que a gente pode estimar que é 2,6% em 2015", contou o ministro.
De acordo com Zimmermann, esse aumento vai ocorrer em função de um empréstimo de R$ 11,7 bilhões, que foi necessário para superar o problema da falta de chuvas. Mas garantiu que essa porcentagem não corre o risco de ser maior, já que é referente ao empréstimo que já foi feito.
Algumas consultorias chegaram a apontar um aumento de 30% até 2016, mas o ministro lembrou dos boatos de que haveria racionamento, há cerca de quatro meses, algo que não ocorreu.
"Tinha muita gente dizendo que a gente ia ter racionamento, que o risco era 50%, 80%, 90%...e o governo, como sabe que isso é um assunto muito técnico, (...) sempre tranquilizou a população dizendo que ele vinha acompanhando, apesar de ter tido a seca mais severa no início do ano na região sudeste, mas que vinha acompanhando, monitorando, e os riscos não eram daquela ótica que era divulgada. (...) Podemos dizer que o governo estava certo. (...) Era um catastrofismo que foi vendido, mas que não ocorreu e nem vai ocorrer", disse.
"Agora, da mesma forma, nós sentimos que (...) por causa desse empréstimo que tá ocorrendo, começaram a sair matérias na mídia e falando 30%, 40%, 50%...e aqui, mais uma vez, a gente pra esclarecer para o ouvinte que na verdade o que nós temos nesses empréstimos é isso: são contratos assinados com os bancos que prevêem uma carência e o pagamento em 24 meses. (...) Com relação a esses valores emprestados, o impacto ano que vem é de 2,6%. Em 2016, é de 5%, em 2017, quando termina de pagar o empréstimo, é 1,4%. E esses são os números que têm baseado em contrato", explicou Zimmermann, desmentindo que podemos ter um aumento de até 30% na conta de luz.
O ministro disse ainda que o Brasil é um país privilegiado, já que 70% da energia produzida do mundo é de termelétricas e, aqui, em anos bons de chuva, geramos mais de 80%, 85%, com hidrelétricas. Em anos ruins de chuva, o país gera 75% com hidrelétricas.
"Enquanto o mundo está gerando 70%, 80% sempre com termelétrica, o Brasil está gerando sempre com hidrelétrica em patamares próximos a isso. Em termelétrica então, fica variando entre 15% e 25%, esse é o normal que nós temos no Brasil", contou