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Morre, aos 73 anos, o escritor João Ubaldo Ribeiro

18 de Julho de 2014

O escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de "A Casa dos Budas Ditosos", morreu na madrugada desta sexta-feira (18), aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar. A informação foi confirmada pela assessoria da ABL (Academia Brasileira de Letras), onde o escritor ocupava a cadeira 34. O velório está marcado para as 10h na sede da ABL no Rio (av. Presidente Wilson 203, Castelo) e será aberto ao público.

João Ubaldo passou mal em sua casa no Leblon, no Rio de Janeiro. Um funcionário do prédio onde o escritor morava há cerca de 20 anos disse ao GloboNews que, por volta das 3h da manhã, a família pediu por ajuda médica, mas que não houve tempo de prestar socorro.

Sétimo ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras desde 1994, como sucessor de Carlos Castello Branco, João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu em Itaparica, na Bahia, em 23 de janeiro de 1941. Formado em direito (1959-1962) pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), ele nunca chegou a advogar, mas construiu uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor.



Aos 21 anos, escreveu seu primeiro livro, "Setembro Não Tem Sentido", que ele desejava batizar como "A Semana da Pátria", contra a opinião do editor. Em 1971 veio o segundo livro, "Sargento Getúlio", consagrado como um marco do moderno romance brasileiro, levando a comparações com Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.

Em 1999, João Ubaldo foi um dos escritores escolhidos para dar depoimento, ao jornal francês "Libération", sobre o Terceiro Milênio. "Viva o Povo Brasileiro" foi o tema do exame de "agrégation", concurso para detentores de diploma de graduação na universidade francesa. Este romance (que virou tema de samba-enredo) e "Sargento Getúlio" (adaptado ao cinema) constaram na maior parte das listas dos cem melhores romances brasileiros do século e ambos lhe renderam o Prêmio Jabuti.

No mesmo ano, ele lançou "A Casa dos Budas Ditosos", narrado por uma mulher de 68 anos que nunca se furtou a viver as infinitas possibilidades do sexo. Foi adaptado para o teatro por Domingos de Oliveira em 2004, em forma de monólogo e encenado por Fernanda Torres.



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